19 de Abril: A Poesia e arte Indianista
Na literatura brasileira, indianismo é o termo que faz referência à idealização do indígena, por vezes retratado como um mítico herói nacional. Foi uma das peculiaridades do romantismo no Brasil e que também possui uma extensão, menor que seja, nas artes plásticas brasileiras durante o século XIX.
A arte
de Birgitte
Tummler

Esse trabalho de 2016 foi feito para uma ação em prol da aldeia Tupã Nhe'é Kretã. Essa aldeia era um novo estabelecimento dos Kaigang juntamente com Guarani, na divisa de São José dos Pinhais e Morretes. E o objetivo da ação era levantar fundos para colaborar com as estruturas da escola de ensino fundamental deles. Foi uma ação de sucesso. Varios artistas envolvidos, doaram suas obras e quase a totalidade vendida. A minha fiz em homenagem ao líder Kaigang Kretã e a vista é da area onde a aldeia esta instalada. Para nossas etnias sulistas a araucaria é sagrada (assim como para as etnias do nordeste, a jurema), e um dos objetivos do Kretã era fazer um reflorestamento de araucarias naquele local (por isso no meu trabalho a semente germinando até chegar a arvore adulta - tambem uma analogia a esse local, que estava nascendo). Hoje em dia, o Kretã é um dos que se envolve muito com a politica, no sentido de está sempre organizando manifestos, indo a Brasilia, lutando pelos direitos dos índios. E vive em função disto. Mas a proposta inicial desse lugar era verdadeiramente interessante.
Enfim, esse trabalho (pintura em acrilico) foi doado para o proprio Kretã, e ele se emocionou muito ao recebê-lo, assim como eu mesma. E sou grata por tal momento.
SONHOS DE ALDEIA
Me deixe aqui sonhando
Feliz no meio da aldeia
Tranquila plantando desejo
Deitada largada na areia
Serei índio, serei tribo
Fogo que no tronco se ateia
Solto no sol que me aquece
E minha pele bronzeia
Me deixe! Quero ser índio
No vento que me despenteia
No mar que é ninho e me acolhe
O mundo enfim me recheia
Sou índio, sou liberdade
Apesar do que me saqueia
Serei inteiro, presente
Na paz que se saboreia
Mônica Raouf El Bayeh


Semana dos Povos Indígenas
Esta é a semana dos Povos
Indígenas no Maranhão,
Reunidos eles lutam
Por uma melhor condição,
E repassam os saberes
Para manter a tradição.
Oficina de pintura, cestaria,
Língua Tupi Guarani,
Tremembé, Ka'apor, Canela, Krenilde,
Guanabara, Gamela e Kiribati.
Povos de várias Etnias
Estão reunidos aqui.
Com os Ritos de Passagem,
Cantos e danças também,
Festas Tradicionais,
Tudo que na Aldeia tem,
Venha pra participar
Que só vai ter fazer bem.
Contra a mudança das Leis
Vem você gritar também.
A natureza meu povo
Para o indio é o maior bem,
Com as matas devastadas
Nós morreremos também.
Raimunda Frazão
Poesia escrita em SLuís (10/08/17).