Indianismo
Convidada: Daniela Diana
Professora licenciada em Letras
Na literatura brasileira, o Indianismo corresponde a uma das tendências literárias mais marcantes do período romântico.
Essa tendência foi explorada anteriormente pelo movimento do barroco, com obras de José de Anchieta: Arte de Gramática da Língua mais usada na costa do Brasil, Poema à Virgem e A Cartilha dos Nativos.
E também no arcadismo, por Basílio da Gama, com sua obra “O Uraguai” (1769).
Entretanto, foi na primeira geração romântica (1836 a 1852), que o Indianismo trará a tona o tema do índio idealizado, baseada no binômio “nacionalismo-indianismo”.
O nome dessa tendência remete a figura escolhida para exaltar aspectos nacionais: o índio, considerado o “bom selvagem”, símbolo da inocência e pureza.
No continente europeu os cavaleiros medievais eram as figuras românticas que representavam o bom herói, idealizado, corajoso e forte. Já no Brasil, a figura romântica do novo herói era a do índio. Isso foi essencial para resgatar uma identidade nacional, que ficasse mais próxima do contexto nacional.
José de Alencar foi um dos mais representativos escritores brasileiros que explorou a mitificação do índio como herói nacional.
Romantismo no Brasil
Contexto Histórico: Resumo
Após a independência do Brasil (1822), o país passava por diversas transformações sociais, políticas e econômicas.
Após a separação da Metrópole, os brasileiros, imbuídos pelo espírito anticolonialista e nacionalista, buscavam uma identidade nacional. Ou seja, genuinamente brasileira e afastada dos moldes europeus.
Destarte, os artistas passam a buscar temas nacionais com o intuito de criar uma cultura do próprio país, e a partir disso, o índio foi eleito o nosso “herói nacional”.
Note que essa personalidade idealizada não poderia ser figurada pelo “português” ou o “africano”. O português estava relacionado com a figura do colonizador e explorador das terras, e o africano, com a força escrava utilizada durante muito tempo no Brasil Colonial.
Os principais escritores brasileiros da geração indianista foram:
Gonçalves de Magalhães (1811-1882), obras: A Confederação de Tamoios (1857) e Os Indígenas do Brasil perante a História (1860).
Gonçalves Dias (1823-1864), obras: I-Juca- Pirama (1851), Os Timbiras (1857), Canção do Tamoio.
José de Alencar (1829-1877), obras: O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).
Curiosidades
No romance moderno podemos destacar a tendência indianista no trabalho do escritor brasileiro Mario de Andrade com sua obra notável “Macunaíma” (1928).
O indianismo denominado “Gonçalvino”, faz referência ao indianismo presente na poesia do maranhense Gonçalves Dias.
No século XIX, o indianismo foi uma tendência presente nas artes plásticas, dos quais se destacam os pintores brasileiros: Victor Meirelles (1832-1903) e sua famosa obra “Moema” (1866); e Rodolfo Amoedo (1857-1941) e sua obra mais representativa
“O Último Tamoio” (1883).
"Evite machucar os corações das pessoas. O veneno da dor causada a outros, retornará a você. Seja sincero e verdadeiro em todas as situações. A honestidade é o grande teste para a nossa herança do Universo". PENSAMENTO CHEROKEE

Poetas Convidados
Habitantes Primitivos
Nossos primeiros habitantes
Em tribos regionais
Viviam tranquilamente
Nas reservas florestais
Vieram os descobridores
Com fama de exploradores
Para tirar do índio a paz.
Herdamos algumas culturas
Todas elas utilitárias
A plantas tão naturais
Da cosinha à culinária
Na pesca e na agricultura
O indio foi a figura
Importante e extraordinaria
Mas a ousadia humana
Com desprezo e crueldade
Invadiu suas reservas
Acabando a liberdade
Os pobres indios coitados
Expulsos e elimimados
De suas localidades
Se comemora o seu dia
Mais na verdade isso e
Uma pura ipocrisia
E que nao vejo motivo
Do indio pobre cativo
Ter nessa data alegria

A plantas tão naturais
Da cosinha à culinária
Na pesca e na agricultura
O indio foi a figura
Importante e extraordinaria
Mas a ousadia humana
Com desprezo e crueldade
Invadiu suas reservas
Acabando a liberdade
Os pobres indios coitados
Expulsos e elimimados
De suas localidades
Se comemora o seu dia
Mais na verdade isso e
Uma pura ipocrisia
E que nao vejo motivo
Do indio pobre cativo
Ter nessa data alegria

Meu olhar indígena
Meu olhar indígena que não esqueci
Que veio dos ancestrais
Me faz relembrar que na tribo
Não nasci mais traços eu vi
Sou filha da descendência
De povos indígenas
Criada na ilha
sou filha do sol
Sou filha da lua
Liberdade indígena
Eu grito na rua
Não quero ver meu povo
Com sua flecha
E nem derramando sangue das mãos
Mais devolve homem branco
Nossos terras que por
Direito é nossa então
Somos índios com a rara beleza
Nosso escudo é
Defender a natureza
Coitado do homem branco
Que também se enroscou
Destruindo o nosso chão
Que ao mesmo tempo
Se matou então
Achando que desmatamento
Era sua opção
Pra que tanta crueldade
O índio que ser livre
E não vive na maldade
Sou Goreth Pereia
Sangue indígena trago
Na veia fiz esse grito
Liberdade eu grito
Violência indígena
Eu não admito
