A Arte indianista brasileira

Susana Pinheiro, artista visual, poeta e ativista cultural

Canto residente
Susana Pinheiro
Os cantos da minha terra
São encantos de magia
Nos becos da aldeia
Reside amor e alegria
Nós cantos da minha Ilha
Sou um pouco de cada tribo
Guajajara, Apurinã, Tucano e até Baniwa
De tudo se herdou e Heengatu foi devolvida
Nos cantos da minha terra
Curumim sabe entoar cânticos sagrados e Nhanderu exaltar
No canto do meu povo o clamor em sobreviver
Cada traço tem sua cor
Piranga, Una e Ajubá
Vamos todos unidos
a resistência cantar
SUSANA PINHEIRO É
Acadêmica da Academia Poética Brasileira
ABRIÍNDIO
Uma flecha que do arco espanta
A mira e seu atirador
Não denomina mais
Que há índios por aqui demais...
O peixe que na lança agoniza
Como a pesca e o pescador involuto
Sacia a fome do momento,
Mas a história grita no silêncio da fome
Dos que já se tornaram vultos...
A tribo que a montanha exilava
Dizendo-se proposta de descobridor
Tremula como cabeça, na haste da cruz,
Que carrega a bandeira do sentenciador.
Índios que vêm e vão
Em flechas atiradas à revelia pela ignorância,
Não mais acertam touros em prados,
Tentam sim, proteger suas terras
Que ainda beiram rios férteis,
Na esperança de, quando dança for por chuva,
A chuva seja de palavras
Que não mais façam da paz, passageira.
Os cocares e as pinturas dantes de poder e guerra,
Hoje, são símbolos incompreendidos
Pelo mesmo homem que seu limite, demarcou.
Como explicar que todo dia é de índio
Se até isso se limitaram entender?
Osmarosman Aedo, IWA
Acadêmico da APB
